Engenheiro Eletrônico da UTFPR concorre com projeto de esgrima wireless internacionalmente
O projeto esgrima wireless, que começou com o ex-aluno de engenharia eletrônica da UTFPR Carlos Toledo Martins, participará de um concurso mundial que definirá o novo sistema eletrônico para a esgrima na Federação Internacional de Esgrima (FIE) (http://www.fie.org/en/news/fie-launches-wireless-2016-contest-0-3117).
Martins percebeu em 2008 que a revolução wireless na esgrima ainda não tinha começado e chamou mais dois amigos para ajudarem no desenvolvimento do projeto: Walter Pedra e Daniel Rossato. Walter Pedra, foi técnico e engenheiro eletrônico pelo antigo Cefet-PR e o primeiro brasileiro a se graduar completamente na Escola Politécnica de Paris. Após sua graduação, Walter estudou na prestigiosa e tradicional Escola Normal de Paris, instituição com mais de 10 prêmios Nobel. Daniel Rossato, engenheiro em eletrônica e mestre pela UTFPR, compartilhou com toda a programação de hardware e do rádio.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2008 com o objetivo de projetar um sistema único que funcionasse para as três armas e apenas em um circuito. Martins, que também é esgrimista, planejou previamente para que fosse possível implementar o projeto em qualquer academia de esgrima.
A esgrima tradicional é jogada com enroladeiras, que são cabos condutores ligados à pista e ao esgrimista. Esses cabos auxiliam a diferenciar os toques válidos dos não válidos, marcando ou não os pontos. Na década de 90, a empresa Ucraniana STM começou a desenvolver um sistema wireless para a esgrima, com o apoio do COI (Comité Olímpico Internacional), que incentiva as inovações tecnológicas nos esportes olímpicos.
O sistema desenvolvido pela STM foi utilizado nos jogos de 2000 em Sidney, porém apenas para a categoria de sabre, excluindo as outras duas, florete e espada. O sistema utilizado aumentou a complexidade na esgrima, pois camisetas metalizadas foram adicionadas ao uniforme. Além da camiseta metalizada, vários dispositivos que ficavam presos no corpo do atleta foram criados, inclusive a máscara.
Martins observa que “a proposta da STM utilizava grandes aparelhos conectados à pista metálica (local onde os esgrimistas duelam), que não eram suficientemente práticos”.
Em 2012, a RFID Control, uma empresa de engenheiros da UTFPR, transformou o projeto em produto e o sistema criado pelos paranaenses poderá mudar este cenário com o sistema wireless.
No primeiro semestre deste ano, a Federação Internacional de Esgrima (FIE) abriu um concurso mundial para um novo sistema a ser utilizado no esporte. Martins destaca que alguns países, como Inglaterra, Espanha e Itália, desenvolveram um sistema wireless, mas apenas para treinos, pois os variados sistemas não diferenciam pele, copo da arma e roupa suada. Além de que os outros projetos somente foram desenvolvidos para a categoria de espada.
Já o sistema projetado pelos paranaenses funcionará para as três armas, com a vantagem de diferenciar a pele, o copo de arma e a roupa suada como uma inovação tecnológica.
O vencedor do concurso fornecerá os equipamentos para os jogos olímpicos e todas as competições mundiais da FIE. Até o momento não há nenhuma informação de uma empresa que concorrerá no concurso mundial.
O projeto fez parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em 2010, sob a orientação dos professores Marcos Olandoski e Wolney Betiol, do Departamento Acadêmico de Eletrônica (Daeln), e teve a finalização com os três amigos que o transformaram em um produto inovador com base no trabalho, estudo e dedicação.
Mais informações acessem:
(Jaqueline Modesto – Ascom)
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